Há sobrequalificação em Portugal?
Há sobrequalificação em Portugal? Há. Um estudo recente do Laboratório Colaborativo para o Trabalho, Emprego e Proteção Social (CoLabor) indica que sim. De facto, a situação é preocupante. Designadamente, um quarto dos diplomados em Portugal têm qualificações superiores às exigidas pelos seus empregos. Este fenómeno, que tem vindo a crescer, afeta de forma significativa o mercado de trabalho e a economia do país.
A realidade atual
Há alguns anos, a maioria dos trabalhadores portugueses tinha qualificações inferiores às necessárias para os seus empregos. Hoje, no entanto, a situação inverteu-se. Cerca de 25% dos trabalhadores com ensino superior estão sobrequalificados para os postos que ocupam. Claramente, esta mudança drástica revela um desajustamento estrutural no mercado de trabalho.
Impacto nas mulheres e jovens
O estudo do CoLabor destaca que as mulheres são as mais afetadas pela sobrequalificação. Além disso, este fenómeno também impacta fortemente os jovens recém-formados. Assim, estes grupos enfrentam maiores dificuldades em encontrar empregos que correspondam ao seu nível de qualificação. Consequentemente, esta situação pode contribuir para o aumento das desigualdades de género e para a frustração entre os jovens.
Setores mais afetados
Alguns setores são particularmente atingidos pela sobrequalificação. Atividades administrativas, serviços pessoais, proteção e segurança destacam-se, com 40% dos empregados com ensino superior nestas áreas a estarem sobrequalificados. Além disso, o comércio e o setor financeiro também apresentam valores elevados de sobrequalificação.
Consequências económicas
Este desajustamento no mercado de trabalho tem várias consequências. Primeiro, os recursos humanos qualificados estão a ser subaproveitados. Segundo, a exclusão dos menos qualificados do mercado de trabalho torna-se uma realidade. Terceiro, há um risco acrescido de emigração de talento. De facto, os trabalhadores podem procurar melhores oportunidades no estrangeiro, contribuindo para uma fuga de cérebros.
O caminho a seguir
Para enfrentar este desafio, é essencial monitorizar a magnitude da sobrequalificação e adotar medidas que promovam um melhor ajustamento entre as qualificações dos trabalhadores e as exigências dos empregos. Tais como: Políticas de formação contínua, requalificação profissional e incentivos à criação de empregos qualificados são passos fundamentais. Além disso, é crucial que as empresas reconheçam e valorizem as qualificações dos seus funcionários, promovendo uma utilização adequada dos recursos humanos disponíveis.
Conclusão
Há sobrequalificação em Portugal? A resposta é clara: sim. Este fenómeno apresenta desafios significativos para o mercado de trabalho e para a economia do país. No entanto, com uma abordagem proativa e estratégica, é possível mitigar os impactos negativos e criar um mercado de trabalho mais equilibrado e justo para todos.
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